O texto dos Salmos no Ofício Divino é dividido versículo por
versículo entre dois grupos que se alternam mutuamente de maneira regular. Entre
os dois semi-versículos, cada grupo introduz uma pausa notável, sempre com a
mesma duração.
O canto a dois coros mantém a oração contemplativa dentro de
nós. Enquanto a outra parte do coro canta, nós escutamos. Podemos então nos
recolher para dentro de nosso coração, nas profundezas de nossa alma.
São Basílio afirma que a salmodia nos liberta da tristeza,
dá serenidade à alma e reduz a perturbação interior ao silêncio.
Para uma boa salmodia é importante uma boa qualidade de
escuta mútua. Quando escutamos cantando e cantamos escutando, nosso coração se
abre mais e mais à presença de Deus que vem a nós através da Palavra.
A pausa no meio do versículo é muito importante na salmodia.
Ela deixa à Palavra de Deus um espaço onde possa ressoar.
A pausa é também o espaço para a respiração e para nos
abrirmos ao Espírito Santo. “Quem salmodia está repleto do Espírito Santo”,
dizia São João Crisóstomo (Efésios 5, 18-20).
Dom João Batista, OSB
Mosteiro da Transfiguração
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