sexta-feira, 1 de julho de 2022

Congregação Beneditina do Brasil completa 195 anos

 



Benedicite!

Hoje, 1 de julho de 2022, a Congregação Beneditina do Brasil completa 195 anos de fundação:

“Sendo…efetivamente constituída a nova Congregação dos monges de S. Bento do Império do Brasil, nós lhe liberalizamos, para sempre, todos os privilégios, isenções, honrarias prerrogativas de que consta que dantes foram legitimamente concedidos à congênere Congregação existente em Portugal” (Bula “Inter gravissimas curas” de 1 de julho de 1827. Col. Doc. n.º 26 e 27). (ENDRES, p. 142).

Demos graças a Deus e a NPSBento por tão grande graça!


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Novo Prior em Garanhuns

 



O Mosteiro de São Bento de Garanhuns elegeu seu novo Prior: dom Anselmo, OSB

O novo prior sucede Dom João Batista, que renunciou ao cargo ao completar 75 anos, como está previsto nas Constituições da Congregação Beneditina do Brasil.

Que a Santíssima Trindade, por intermédio de Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, e NPSBento, o auxiliem nesta difícil tarefa.

UIOGD


domingo, 21 de março de 2021

Trânsito de NPSBento


 

 BENTO ANUNCIA AOS IRMÃOS A SUA MORTE.
 

No mesmo ano em que devia partir desta vida, anunciou o dia de sua santíssima morte a alguns discípulos que com ele viviam e a outros que moravam longe. Aos presentes acrescentou que guardassem em silêncio o que ouviram, e aos ausentes ainda deu a saber o sinal que se produziria para eles quando a alma se lhe apartasse do corpo.

Seis dias antes da sua morte, mandou abrir a sepultura. Pouco depois atacado de febres, começou a ser atormentado pela violenta temperatura. Como dia a dia se agravasse o mal, no sexto dia fez-se levar ao oratório pelos discípulos; aí muniu-se para a partida, com a comunhão do corpo e do sangue do Senhor; a seguir, apoiando nos braços dos discípulos os membros enfraquecidos, ficou de pé com as mãos elevadas para o céu, e entre palavras de oração exalou o último suspiro.

No mesmo dia, foi comunicada a dois irmãos, dos quais um estava no mosteiro e o outro distante, igual visão: ambos viram um caminho forrado de tapeçarias e coruscante inumeráveis luzes, estendido desde a cela de Bento até o céu, em direção do oriente; no alto, estava um homem de venerando e resplandecente aspecto, que lhes perguntou de quem era a estrada que viam; eles confessaram que ignoravam; então lhes disse: “Este é o caminho pelo qual Bento, o amado do Senhor, subiu ao céu.” Assim aconteceu que, como os discípulos presentes viram a morte do santo varão, também os ausentes dela tiveram conhecimento, pelo sinal que lhes fora prenunciado.

Foi sepultado na capela de S. João Batista, que ele próprio construíra depois de ter posto abaixo o altar de Apolo. E na mesma gruta de Subloca em que primeiro habitou, ainda hoje, quando a fé dos suplicantes o exige, ele refulge em milagres.

 NPSBento, rogai por nós!


quinta-feira, 2 de abril de 2020

Oitenta anos do Mosteiro de Garanhuns



Benedicite!

Hoje o Priorado Conventual de Garanhuns, o Mosteiro de Garanhuns, celebra seus 80 anos de Louvor Divino.

É uma pena que estamos passando pela quarentena por causa do coronavirus, de modo que não pôde haver comemorações públicas, mas estamos todos louvando a Deus e a NPSBento por tão grande graça.

Aos nossos fundadores, que já contemplam no Céu este dia, os nossos agradecimentos. Também aos monges que fazem a atual comunidade monástica, que continuam sendo sinais da presença monástica nesta diocese centenária de Garanhuns.

Que o mosteiro e sua comunidade sejam continuadores dessa presença do Nosso Glorioso Pai São Bento.

Que esta data se repita ainda por muitos anos!

UIOGD






sábado, 5 de outubro de 2019

São Francisco e os beneditinos



Muita gente não sabe, mas São Francisco de Assis, um dos santos mais queridos e populares da Igreja, tem uma profunda ligação com os beneditinos, e que mantém uma tradição mantida até os nossos dias.

No início do seu projeto espiritual, em 1210, Francisco buscou um lugar para se reunir com seus frades. Procurou o bispo de Assis e os Cônegos de São Rufino, para que lhe cedessem uma igreja, mesmo pequena, mas não conseguiu.

Procurou, então, um abade beneditino, dom Teobaldo, que, impressionado com o testemunho de Francisco, consultou a comunidade monástica e concedeu a Francisco a igrejinha da Porciúncula, que até hoje é a Casa Mãe dos Franciscanos.

Há ainda outro laço que une as duas famílias religiosas: foi às beneditinas da Abadia de São Paulo a quem Francisco recorreu para abrigar Santa Clara e sua irmã Inês, no ínício da vida das Clarissas, antes da fundação definitiva do Mosteiro de São Damião.

Como sinal desta antiga amizade, no dia de São Bento, 11 de julho, e em alguns lugares, na Sexta-feira Santa, os frades franciscanos presenteiam os monges beneditinos com peixes, e no dia de São Francisco, os monges presenteiam os frades com um litro de azeite.

São Francisco e São Bento, rogai por nós!


domingo, 28 de julho de 2019

VI ENOB 2019



Benedicite!

Encerrou-se hoje, o VI ENOB - Encontro Nacional dos Oblatos Beneditinos, novamente em Aparecida, São Paulo, na pousada Bom Jesus.

O tema do encontro foi "A Opção Beneditina". Os palestrantes monges foram dom Justino, assistente espiritual nacional e prior do mosteiro de Brasília, Ir Maria Letícia, do mosteiro NS da Paz e dom Filipe, abade do Rio de Janeiro e presidente da CBB. Os demais palestrantes foram Luiz Henrique Azevedo, Maurício Savóia, ambos oblatos; José Paulo Carelli e Enrico Misasi, deputado federal.

Todas as palestras foram de altíssimo nível, com espaço para perguntas e colocações pela platéia - momentos de partilha muito ricos.

Todos os dias rezamos laudes, hora média, vésperas e completas e participamos da Santa Missa.

Também participamos de uma visita guiada à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, sempre emocionante e de muita riqueza de aprendizado de arte e de fé para todos.


Houve, também, a eleição do novo coordenador nacional, o oblato Pedro de Arruda Jr, da Abadia de Santa Maria, em São Paulo.

U I O G D







domingo, 16 de junho de 2019

Oração segundo sâo João Clímaco



A oração é, quanto à sua natureza, a conversa e a união da alma com Deus; quanto à sua eficácia, é a conservação do mundo e a sua reconciliação com Deus, um ponto elevado acima das tentações, uma muralha contra as tribulações, a extinção das guerras, a alegria futura, a actividade que não cessa, a fonte das graças, a dadora dos carismas, um progresso invisível, o alimento da alma, a iluminação do espírito, o machado que corta o desespero, a expulsão da tristeza, a redução da ira, o espelho do progresso, a manifestação da nossa medida, o teste ao estado da nossa alma, a revelação das coisas futuras, o anúncio seguro da glória.

Tem coragem e terás o próprio Deus como mestre de oração. É impossível aprender a ver por meio de palavras, porque ver é um efeito da natureza. Assim também é impossível aprender a beleza da oração através dos ensinamentos de outros. A oração só se aprende na oração e o seu mestre é Deus, que ensina ao homem a ciência, que concede o dom da oração àquele que ora, que abençoa os anos dos justos.

São João Clímaco (c. 575-c. 650), monge do Monte Sinai in 'A Escada Santa'
 

domingo, 10 de março de 2019

Reiniciando as atividades em 2019



Benedicite!

Reiniciamos hoje as atividades do nosso grupo dos oblatos de Garanhuns. Temos um novo diretor, dom Anselmo OSB.

O tema de hoje foi a espiritualidade quaresmal de São Bento, quando refletimos sobre o capítulo 40 da Santa Regra. A conferência foi proferida por dom Anselmo.

Graças sejam dadas a Deus e a  NPSBento.

Santa Quaresma!


domingo, 16 de setembro de 2018

Carta sobre a oração





Perguntas por que rezar. Respondo: para viver

Sim: para viver verdadeiramente é preciso rezar.

Porquê? Porque viver é amar. Uma vida sem amor
não é vida. É solidão vazia. É prisão. É tristeza. Vive
verdadeiramente só quem ama e ama só quem se
sente amado, atingido e transformado pelo amor.
Como a planta não faz desabrochar seu fruto, se
não é atingida pelos raios do sol, assim, o coração
humano não se abre à vida verdadeira e plena, se não
for tocado pelo amor. Ora, o amor nasce do encontro
e vive do encontro com o amor de Deus, o maior e
o mais verdadeiro de todos os amores possíveis,
aliás, amor além de todas as definições e de todas as
nossas possibilidades. Rezando, nos deixamos amar
por Deus e sempre de novo nascemos para o amor.
Por isso, quem reza vive, no tempo e na eternidade.

E quem não reza? Quem não reza corre o risco de
morrer em seu interior, porque mais cedo ou mais
tarde lhe faltará o ar para respirar, o calor para viver, a
luz para ver, o alimento para crescer e a alegria para
dar um sentido à vida.

Dizes: mas eu não sei rezar! Perguntas: como rezar?

Respondo: começa por dar um pouco de teu tempo
para Deus. No começo, não é importante que o tempo
seja prolongado, mas que tu o dês fielmente. Fixa um
tempo para o Senhor cada dia e dá-o com fidelidade
diariamente, quando tens vontade e quando não a
tens. Procura um lugar tranqüilo, onde possivelmente
haja um sinal ou um símbolo da presença de Deus
(Cruz, estampa, Bíblia, tabernáculo com a presença eucarística...).
Recolhe-te em silêncio. Invoca o Espírito
Santo para que seja ele a gritar em ti: Abbá, Pai! Leva
a Deus o teu coração, mesmo que viva tumultuado.
Não tenhas medo de lhe dizer tudo, não só tuas dificuldades
e sofrimentos, teu pecado e tua incredulidade,
mas também tua rebeldia e teus protestos, se os tens.

Põe tudo isto nas mãos de Deus. Recorda que Deus
é Pai-Mãe no amor, que tudo acolhe, tudo perdoa,
tudo ilumina, tudo salva. Escuta seu Silêncio. Não
pretendas ter respostas imediatas. Persevera. Como
o profeta Elias, caminha no deserto até o monte de
Deus. E quando estiveres vizinho a ele, não o procures
no vento nem no terremoto nem no fogo nem nos
sinais de força e grandeza, mas na voz do silêncio sutil
(l Rs 19,12). Não queiras agarrar Deus, mas deixa que
ele passe pela tua vida e pelo teu coração, toque tua
alma e se faça contemplar por ti ainda que de costas.

Escuta a voz do seu Silêncio. Escuta sua Palavra de
vida: abre a Bíblia, medita-a com amor, deixa que a
palavra de Jesus fale ao coração do teu coração; lê
os salmos, onde encontrarás tudo o que gostarias
de dizer a Deus; escuta os apóstolos e os profetas;
enamora-te das histórias dos patriarcas e do povo
eleito e da Igreja nascente, onde encontrarás a
experiência da vida vivida no horizonte da aliança com
Deus. E quando tiveres escutado a Palavra de Deus,
anda ainda algum tempo pelos caminhos do silêncio,
deixando que o Espírito te una a Cristo, Palavra eterna
do Pai. Deixa que seja Deus Pai a plasmar-te com suas
duas mãos: o Verbo e o Espírito Santo.

No começo, poderás pensar que o tempo é demasiado
longo, que custa passar. Persevera com humildade,
dando a Deus todo o tempo que consegues dar-lhe,
nunca menos do tempo que estabeleceste dar-lhe
cada dia. Verás que, de encontro em encontro, a tua
fidelidade será premiada e perceberás que lentamente
o gosto pela oração crescerá em ti e aquilo que no
começo te parecia inacessível se tornará mais fácil e
bonito. Compreenderás, então, que o que conta não
é ter respostas, mas pôr-te à disposição de Deus. E
verás que tudo o que levares à oração será pouco
a pouco transfigurado.

Assim, quando rezares com o coração tumultuado,
se perseverares, te darás conta que, depois de rezar
longamente, não encontraste resposta aos teus
questionamentos, mas os mesmos questionamentos
se terão dissolvido como a neve ao sol e uma grande
paz entrará em teu coração: a paz de estar nas mãos
de Deus e te deixar conduzir docilmente por ele aonde
ele quiser te levar. Teu coração, então, feito novo,
poderá cantar o cântico novo, o Magnificat de Maria
sairá espontâneo de teus lábios e será cantado pela
silenciosa voz de tuas obras.

Fica sabendo, porém, que não faltarão dificuldades.
Às vezes não conseguirás fazer calar o barulho em
ti e em tormo de ti. Às vezes, sentirás cansaço e até
mesmo mal ¬estar em pôr-te em oração. Às vezes,
tua sensibilidade se embaciará e, então, preferirás
fazer qualquer coisa em vez de ficar em oração diante
de Deus e "perder tempo" com ele. Sentirás, enfim,
as tentações do Maligno, que procurará de todos
os modos separar-te do Senhor, afastando-te da
oração. Não tenhas medo: as mesmas provações que
experimentas as viveram os santos antes de ti e quase
sempre elas foram bem mais pesadas que as tuas. Tu,
continua a manter a fé. Persevera. Resiste. Lembra-te
de que a única coisa que, de fato, podemos dar a Deus
é a prova de nossa fidelidade. Com a perseverança
salvarás a tua oração e a tua vida.

Virá a hora da "noite escura", em que tudo nas
coisas de Deus te parecerá árido e até absurdo.
Não tenhas medo. Essa é a hora em que deves lutar
com o próprio Deus. Tira de ti todo pecado através
da confissão humilde e sincera de tuas culpas e o
perdão sacramental. Dá a Deus ainda mais do teu
tempo. Deixa que a hora da noite dos sentidos e do
espírito se torne para ti a hora da participação na
paixão do Senhor. A esse ponto, será o próprio Jesus
a carregar a tua cruz e a levar-te com ele à alegria da
Páscoa. Não te admirarás, então, de achar até mesmo
agradável aquela noite, porque a verás transformada
para ti numa noite de amor, inundada pela alegria
da presença do Amado, cheia do perfume de Cristo,
iluminada com a luz pascal.

Não tenhas medo, portanto, das provações e das
dificuldades na oração. Lembra-te apenas de que Deus
é fiel e jamais te mandará uma provação sem dar-te
o caminho para sair dela. Não te exporá nunca a uma
tentação sem dar-te a força de suportá-la e vencê-la.
Deixa-te amar por Deus. Como uma gota d' água que
se evapora aos raios do sol e sobe e retoma à terra
em forma de chuva fecunda ou sereno consolador,
assim, deixa que todo o teu ser seja trabalhado por
Deus, plasmado pelo amor dos Três, absorvido neles
e restituído como dom fecundo à história. Deixa que
a oração faça crescer em ti a libertação de todos os
medos, a coragem e a audácia do amor, a fidelidade às
pessoas que Deus te confiou e às situações em que
te pôs, sem procurar fugas ou consolações baratas.
Aprende, rezando, a viver a paciência de esperar os
tempos de Deus, que não são os nossos tempos, e
a seguir os caminhos de Deus que tantas vezes não
são os nossos caminhos.

Um dom particular que a oração te dará é o amor
pelos outros e o senso eclesial. Quanto mais rezares,
mais misericórdia terás para com todos, mais
quererás ajudar a quem sofre, mais terás fome e sede
de justiça para todos, principalmente pelos mais
pobres e desvalidos, mais carregarás o pecado dos
outros para completar em ti o que falta à paixão de
Cristo, para vantagem de seu Corpo, que é a Igreja.
Rezando, sentirás como é belo estar na barca de
Pedro, solidário com todos, dócil à guia dos pastores,
sustentado pela oração de todos pronto a servir o
próximo na gratuidade, sem nada pedir em troca.
Rezando, sentirás crescer em ti a paixão pela unidade
do Corpo de Cristo e de toda a família humana. A
oração é a escola do amor, porque é nela que podes
reconhecer-te infinitamente amado e sempre de novo
nascer para a generosidade do perdão e da doação
sem cálculos, indo além de todos os cansaços.
Rezando, aprendemos a rezar. Gozamos dos frutos
do Espírito, que fazem a vida bonita e verdadeira:
"amor, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade,
fidelidade, mansidão, autodomínio" (GI 5,22). Rezando,
tomamo-nos amor, e a vida adquire o sentido e a beleza
que Deus lhe deu ao criá-la. Rezando, percebemos
sempre mais a urgência de levar o Evangelho a todos,
até às extremidades da terra. Rezando, descobrimos
os infinitos dons do Amado e aprendemos sempre
mais a dar-lhe graças em todas as coisas. Rezando,
vivemos. Rezando, amamos. Rezando, louvamos.
E o louvor é a maior alegria e a maior paz do nosso
coração inquieto agora no tempo e na eternidade.

Então, se eu tivesse que te desejar o presente mais
bonito, se eu quisesse pedi-lo por ti a Deus, não
duvidaria em pedir-lhe o dom da oração. E lho peço.
E tu não hesites em pedi-lo por mim. E para ti. A paz
de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai
e a Comunhão do Espírito Santo estejam contigo.
E tu estejas neles. Porque pela oração entrarás no
coração de Deus, estarás escondido com Cristo nele,
envolto em seu amor eterno, fiel e sempre novo. Agora
sabes: quem reza com Jesus e nele, quem suplica
a Jesus ou ao Pai de Jesus ou invoca seu Espírito,
não está rezando a um Deus genérico e longínquo,
mas reza ao Pai, em Deus, no Espírito, pelo Filho. E do
Pai, mediante Jesus, no sopro do Espírito, receberá
todo o dom perfeito, para seu bem, desde sempre
preparado para ele e por ele desejado. O dom que nos
aguarda. Que te aguarda.

Por: Bruno Forte. In: O Mendicante do Céu. Editora Vozes, 2004

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Dia de São Bento 2018



Recebi do meu querido amigo, irmão Gregório, oblato do mosteiro de Campos do Jordão, o texto do padre beneditino olivetano, de muito bom gosto espiritual, Dom Gregório Botelho, OSB Oliv. Trata-se de uma piedosa, poética e atualíssima oração a Nosso Pai São Bento, na sua hodierna festa.
Ei-la:

"São Bento, abençoai!
Abençoai os seus monges e monjas,
seus filhos e filhas...
Os tempos mudaram, não os corações.
Somos bárbaros,  pai,
e precisamos ser civilizados
por vosso equilíbrio tão humano!
Abençoai, São Bento, os vossos mosteiros
e os mosteiros que existem no escondimento dos corações que buscam sempre,
dentre os cacos dos espelhos
estilhaçados de cada dia,
reencontrar espelhada a face de Deus.
São Bento,  abençoai as nossas taças envenenadas:
se elas não se romperem nos matamos
uns aos outros, a nós mesmos.
Ficai acordado conosco,
quando todos dormem:
na torre do mosteiro de noss'alma
esperamos,
num raio de luz,
ver o mundo inteiro,
a vida inteira, toda nossa história...
Resolvidos e entendidos num piscar d'olhos:
o Amor que tudo resume,
o Amado que tudo redime!
Amém."

Dom Gregório M. Botelho, OSB Oliv.